Os motivos segundo a empresa são vários: desaceleração da economia chinesa e do crescimento nas vendas globais de smartphones e a guerra comercial entre os EUA e a China que criou um ambiente desfavorável para empresas (principalmente norte americanas) aturem na China.
Esses motivos não estão errados. Em 2016 a IDC já tinha divulgado uma perspectiva de um cenário desanimador para os anos seguintes. Em 2017 o mercado de smartphones sofreu um recuo de 5% pela primeira vez em 14 anos e segundo a Gatner, as pessoas tem achado os lançamentos cada vez menos interessantes.
A guerra comercial cria um ambiente muito desfavorável também. Os Estados Unidos anunciaram diversas medidas que impõe taxas aos produtos importados chineses com o objetivo de fortalecer o mercado americano, uma das medidas que Trump já dizia que iria fazer desde 2016.
Mas, mesmo com todos esses motivos a Apple não está isenta nessa história. O lançamento do iPhone X em 2017 não foi apenas um marco com o falecimento do botão home e o maior redesign que os smartphones da Apple sofreram na história. Os preços também aumentaram: saímos de um iPhone 8 que em sua versão mais barata no lançamento custava US$699 para um modelo de negócios em 2018 que o mais barato custou US$999. A mudança abrupta, no entanto, não foi acompanhado de algo que tornasse os aparelhos imprescindíveis e obrigasse o consumidor fã da empresa a se manter fiel à marca.
Enquanto a Apple se preocupa em estrangular a sua base de consumidores exigindo cada vez mais para oferecer o de sempre a concorrência chinesa vem aos poucos avançando. A Huawei, que vendeu 153 milhões de smartphones em 2017, deve ultrapassar a marca dos 200 milhões em 2018. Isso sem contar com a Oppo, a Vivo e, é claro, a Xiaomi. Essas empresas também ofereceram produtos premium mas se preocuparam em preencher várias lacunas na prateleira de desejos dos consumidores com variedade de preços e especificações técnicas.
O cenário não é favorável para a Apple, é claro. Mas está longe de ser o único culpado pelo tombo nas vendas da empresa. Falta inovação, falta sair da zona de conforto e falta diversificar os seus produtos. A dependência é gigantesca: 70% de toda a receita da Apple vem do iPhone. Qualquer indício de fraqueza nas vendas do iPhone a empresa se desvaloriza de uma forma escabrosa. Se chegou a ser a primeira empresa a valer US$1,16 trilhão na bolsa, hoje a empresa vale cerca de US$710 bilhões, perdendo um valor de mercado equivalente ao do Facebook em apenas três meses.
A estratégia de Tim Cook em colocar o iPhone em uma categoria de luxo deu errado. O que ele deve fazer a partir de agora para impulsionar as vendas dos iPhones continuará sendo motivo de holofotes, mas diversificar os seu portfólio de produtos é um caminho que deve ser seguido de qualquer forma para que a empresa evite outros sustos no futuro. É hora de avançar o sinal e arriscar.
Fontes: Blog do iPhone, Mobile Time, Canaltech, G1¹, G1², Valor Econômico, Veja, Tecnoblog, Infomoney
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