Uma das respostas possíveis é: licenciamento. Para entender melhor essa questão é importante saber a diferença entre compra de direitos exclusivos e licenciamento. Grande parte do conteúdo da Netflix é licenciado como as séries Grey's Anatomy, Elementary, Sherlock e Suits. O processo do licenciamento é feito para que o serviço de streaming possa ter os direitos de transmitir o filme ou a série. Um contrato de licenciamento é estabelecido sob os termos de um contrato juridicamente vinculativo entre os proprietários do conteúdo e a Netflix e pode variar dependendo do conteúdo e das necessidades de ambas as partes.
Esse acordo pode durar um, dois, três ou cinco anos. O período de licença pode ser renegociado quando o acordo terminar ou a Netflix pode simplesmente tirar o conteúdo do catálogo quando desejar. O mesmo acordo pode ser feito com um serviço concorrente como o Amazon Prime ou Hulu, o que pode inclusive tornar a transmissão daquele conteúdo mais barata para a Netflix. Mas, com o tempo, os serviços de streaming foram percebendo que os expectadores gostam da exclusividade de conteúdo, o que obrigou elas a pagar mais por isso.
Por exemplo, a Netflix gastou US$ 200 milhões em 2011 para ter o conteúdo da Disney em seu catálogo. Uma única série também pode sair caro para o serviço como por exemplo Lost que custou US$ 45 milhões. Somente em contratos de licença exclusivo ou não a Netflix espera gastar US$ 6 bilhões em 2018.
Isso explica em parte o motivo de tantas séries e filmes saírem do catálogo da Netflix. Mas, nem tudo está ligado ao custo de manter conteúdo alheio no catálogo mas também uma opção da própria dona do conteúdo. Voltando a falar de Disney. A gigante do entretenimento anunciou que pretende lançar seu próprio serviço de streaming em 2019, ou seja, todo o seu catálogo de filmes e séries não deve ter seu contrato de licenciamento renovado. Isso também vale para tudo produzido pela Fox, recém adquiria pela companhia do Mickey.
Uma saída para isso está nos contratos de direitos exclusivos. Muitas produções da TV, por vários motivos, acabam não sendo lançadas e vão direto para a gaveta. Um dos primeiros grandes exemplos disso é a série ‘Unbreakable Kimmy Schmidt’. Prevista para estrear na NBC na midseason - período de janeiro a maio - de 2014 a série foi cancelada pela emissora antes mesmo de estrear. De olho, a Netflix comprou os direitos exclusivos da série e encomendou uma segunda temporada. Em maio desse ano o serviço anunciou que a série teria sua quarta temporada como a última.
Fontes: O Globo, Veja, Investopedia, Netflix
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