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Se lembra dele? MySpace, outrora uma das maiores redes sociais do mundo, hoje está viva mas esquecida


A nossa série "Os Esquecidos" está de volta para um capítulo especial. Como você viu em todas as matérias anteriores, a intenção dessa série de postagens é mostrar o destino de produtos e serviços que antes receberam toda a atenção das empresas que as criaram mas no fim acabaram esquecidas ou abandonadas.

Hoje temos o MySpace, rede social criada por Tom Anderson em 2003 mas vendida pelo mesmo quase dois anos após o seu início por US$580 milhões. Enquanto o seu fundador hoje curte uma vida agradável tirando fotos pelo mundo, a rede social foi, aos poucos, perdendo o seu prestígio e o número de usuários para o Facebook.

Esses indícios de fracasso começaram a surgir mais fortemente sete anos depois da venda da rede social, em 2011. Nesses anos tendo a News Corporation como dona, a rede social vinha vendo o seu grande rival, o Facebook crescendo a números impressionantes, principalmente depois de abolir a necessidade de convites e conseguir alcançar 800 milhões de usuários já naquele ano.

O início do declínio
Como constata uma matéria feita pelo Estadão em 2011, o MySpace era uma festa muito popular no início dos anos 2000 que ficou sem graça. A mudança da sede de Santa Monica que tinha toda uma estrutura de restaurantes e cafés para um antigo hospital em Beverly Hills, desestimulou funcionários que muita das vezes saíram para o almoço e voltavam apenas no dia seguinte.

Além desse clima de desânimo, uma demissão em massa de 500 dos 1.100 funcionários criou um clima de instabilidade na rede social que perder 9 milhões de usuários entre 2009 e 2011, contando com um pouco mais de 54 milhões naquele mesmo ano.

Somado a todos esses problemas, a interface da rede social era terrivelmente pesada. Como uma mudança de interface custava muito, os executivos do MySpace passaram anos adiando uma mudança estética.

A questão é : quando você se preocupa com o crescimento, e quando com o dinheiro? Nós [MySpace] nos concentramos no dinheiro, e o Facebook se concentrou em aumentar o número de usuários e na experiência dos usuários
-disse Erin Polley, na época com 29 anos e que migrou do Facebook para outra rede social
Em 2013, a esperança fracassada
Reflexo do constante declínio, Justin Timberlake com um grupo de investidores comprou a rede social por "apenas" US$ 35 milhões, muito menos do que dos US$ 580 milhões pagos pela News Corporation em 2005. No mesmo ano, o MySpace só contava com 35 milhões de usuários por mês, enquanto o Facebook conseguiu 157 milhões.

Como a proposta ousada de reviver a rede social havia fracassado mesmo com um astro pop apoiando a ideia, em 2016 a Time Incorporation comprou a Viant, empresa que até então detinha a rede social de música. A ideia da Time é usar a base de dados das centenas de milhões de contas do MySpace para registrar mais dados e melhorar a sua tecnologia de anúncios. Ou seja, o MySpace só terá seus dados usados, mas investimentos novos da rede social parecem longe dos planos do conglomerado de mídia.

No mesmo ano a rede social também foi alvo de um ataque hacker que obteve e divulgou informações informações pessoais da rede social, o que expôs 360 milhões de contas.

Nem mesmo o 'comeback' do astro pop Justin Timberlake conseguiu reviver rede social

MySpace não soube se reinventar
Você hoje ainda pode entrar no MySpace.com e encontrar conteúdos atuais. Ao contrário do que se podia ver nos seus primórdios, hoje o site do MySpace mostra conteúdo também relacionado a entretenimento e tem um player de música para escutar os sucessos disponíveis na plataforma.

Mas, essas tentativas de reinvenção e adição de novas informações estão longe de reparar o estrago feito com a rede social ainda nos tempos em que as pessoas se importavam com ela. Como dito por Erin Polley, o MySpace deveria ter se reinventado junto com o Facebook e talvez até mesmo expandido para algo além de uma rede social para músicos e ouvintes e se tornado algo tão grande quanto o Facebook.

O Facebook conseguiu agregar todos os profissionais e usuários comuns do MySpace pelo simples fato de conseguiu ter ferramentas que ajudam os artistas na divulgação do seu trabalho - como as páginas e grupos -, e também ser uma rede social que é útil para uma dezena de necessidades diferentes.

O MySpace é mais um exemplo de até onde a ganância e a falta de planejamento podem chegar. Feliz foi Tom Anderson, fundador do MySpace, que vendeu a empresa por US$580 milhões em seu auge e hoje desfruta de toda a estabilidade que esse dinheiro trouxe.

Fontes: G1TecmundoRevista GalileuLikedin e IDGNow