Desde que o Project Ara foi anunciado pela primeira vez em outubro de 2013 (a história completa dele você confere em breve aqui no blog) algumas empresas, como a LG e a Lenovo com a linha Moto resolveram apostar suas fichas no conceito modular.
Como as dificuldades enfrentadas em fazer algo parecido com o Ara eram enormes, as empresas resolveram adaptá-la ao que já é oferecido atualmente, evitando um choque de realidade muito grande nos consumidores.
De um lado temos o LG G5 (G5 SE no Brasil) e do outro o Moto Z. Ambos apostam nessa ideia modular, mas apenas um saiu vencedor.
Módulos mais interessantes
O que move um smartphone modular? Os módulos, é claro! Logo, para que o consumidor se interesse pelo aparelho, quanto mais módulos, melhor.
No G5 temos o CAM Plus, que adiciona mais bateria e uma câmera profissional ao aparelho, além disso, temos o Hi-Fi Plus, um player de música, LG 360 VR e o LG 360 CAM. Os acessórios chegam a custar US$200 lá fora e mais de R$1000 no Brasil.
A lista da Lenovo com o Moto Z é muito maior, sendo 14 módulos no total. Entre os principais se destacam o JBL SoundBoost, caixa portátil que oferece mais qualidade sonora, o Moto Insta-Share Projecto, projetor portátil de até 70 polegadas, o OFFGrid Power Pack que aumenta em até 22 horas a duração da bateria e o Hasselblad que transforma o Moto Z em uma câmera semi-profissional. Os módulos do Moto Z também são caros, muitas vezes ultrapassando os R$1499.
Com tantas vantagens nos módulos, é difícil não perceber a grande vantagem que o Moto Z levou nesse quesito. Isso sem contar que, com a possível chegada da segunda geração do Moto Z, mais snaps devem ser lançados.
Diferenças de Hardware
A LG, quando anunciou o seu top de linha, o G5, agradou em um aspecto: o hardware. Tendo um dos processadores mais poderosos do mercado, a versão anunciada oficialmente agradaria grande parte dos consumidores se ele fosse lançado assim em todos os mercados.
Mas, a LG impressionou e desagradou grande parte dos consumidores ao oferecer uma versão capada do G5, o G5 SE ou G5 Lite em alguns mercados. Com um hardware inferior, ele foi lançado em países importantes como a Rússia, China e em vários mercados da América Latina, como o Brasil.
E é nessa diferença de versões que o Moto Z se sai, mais uma vez, a frente. Apenas com uma única versão com pequenas adaptações dependendo do mercado, o Moto Z chegou uniformemente em todos os países, com as mesmas especificações anunciadas.
O que isso causou? Uma rejeição enorme ao G5 SE e uma demandada de consumidores para o Moto Z, que viram no aparelho a chance real de ter um top de linha com o conceito modular.
Especificações técnicas do LG G5:
- Tela: 5.3" com 70,1% de tela ocupada; 1440 x 2560 (554 ppi) IPS LCD
- Android: 6.0 atualizável para 7.0 Nougat
- Processador: Qualcomm MSM8996 Snapdragon 820 Quad-core (2x2.15 GHz Kryo & 2x1.6 GHz Kryo
- GPU: Adreno 530
- Memória RAM: 4 GB
- Câmera traseira: Dual 16 MP (29mm, f/1.8) + 8 MP (12mm,f/2.4), laser autofocus, IOS
- Câmera frontal: 8 MP, f/2.0
- Armazenamento: 32 GB até 256 GB via cartão microSD
- Bateria: 2800 mAh
Especificações técnicas do LG G5 SE:
- Tela: 5.3" com 70,1% de tela ocupada; 1440 x 2560 (554 ppi) IPS LCD
- Android: 6.0 atualizável para 7.0 Nougat
- Processador: Qualcomm MSM8676 Snapdragon 652 Octa-core (4x1.8 GHz Cortex-A72 & 4x1.2 GHz Cortex-A53)
- GPU: Adreno 510
- Memória RAM: 3 GB
- Câmera traseira: Dual 16 MP (29mm, f/1.8) + 8 MP (12mm,f/2.4), laser autofocus, IOS
- Câmera frontal: 8 MP, f/2.0
- Armazenamento: 32 GB
- Bateria: 2800 mAh
Especificações técnicas do Lenovo Moto Z:
- Tela: 5.5" com 72% de tela ocupada; 1440 x 2560 de resolução (535 ppi)
- Android: 6.0 atualizável para o 7.0 Nougat
- Processador: Qualcomm MSM8996 Snapdragon 820
- GPU: Adreno 530
- Memória RAM: 4 GB
- Câmera traseira: 13 MP, f/1.8, laser autofocus, IOS, dual-LED
- Câmera frontal: 5 MP, f/2.2 1080
- Armazenamento: 32 GB
- Bateria: 2600 mAh
Com o passar do tempo, outro ponto afugentou os consumidores do G5: os problemas com os módulos. Já que os módulos são internos, vários erros foram reportados, entre eles o fato de muitos deles simplesmente não funcionarem. Isso sem contar os problemas de bateria e GPS, fazendo muitos usuários trocarem os aparelhos várias vezes e os problemas persistirem.
Aqui no Brasil, o problema mais comum foi o de burn-in, que basicamente consiste em marcas deixadas pela tela por uma outra tela utilizada.
Tais problemas não foram encontrados no Moto Z simplesmente pelos seus módulos serem externos, o que evita com que componentes internos precisem ser alterados para o encaixe dos módulos.
A LG tentou emplacar o G5, mas não obteve sucesso. A empresa culpa, inclusive, o aparelho de ser o grande responsável pelas receitas negativas do setor mobile.
A visão negativa da LG com o G5 vem desde o lançamento do aparelho, já que ali mesmo percebeu-se que ele não venderia o esperado. Talvez, essa falta de força de vontade em promover o seu top de linha, tenha sido um dos grandes motivos para o seu fracasso, já que esse desânimo acabou se estendendo para os consumidores que acabaram fugindo do aparelho.
O que não aconteceu com o Moto Z, que, segundo a Lenovo é um sucesso e que em breve terá uma segunda versão lançada. Desde o lançamento, o aparelho ele tem sido colocado como carro chefe da empresa e assim tem sido em suas propagandas numerosas, principalmente aqui no Brasil.
Com esses pontos negativos apontados, não foi difícil perceber os motivos da vitória do Moto Z nessa briga. Com o abandono da LG desse conceito modular, a Lenovo será a única gigante a permanecer insistindo nessa ideia. Fica aqui a torcida para que ela continue empenhada, é sempre bom ver algo de muito diferente recebendo grandes investimentos.
Fontes: The Verge, Android Authority, Tecmundo, Motorola, Tudo Celular, Tecmundo², CNET e GSM Arena
Imagens: AndroidPit, Android Authority, CNET
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