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4 erros graves cometidos pela Microsoft e que foram cruciais para o fracasso do Windows Phone


A decisão da Microsoft em fazer mais um remanejamento no setor mobile demitindo quase 2.000 funcionários aumentou os rumores sobre o abandono por completo da fabricação de hardwares com Windows 10 Mobile. Ao contrário do que fazia agora, a empresa deve ser responsável pelo sistema, deixando a fabricação de novos smartphones a cargo de outras empresas.

Se fosse dito a 3 anos que o sistema chegaria a participação de menos de 1% e que a Microsoft cometeria tanto erros, poucos iriam acreditar. Mas, eles aconteceram e foram os responsáveis por matar uma plataforma que tinha tudo para deslanchar e figurar entre os mais usados do mundo.

Falta de divulgação
O momento em que a Microsoft mais se empenhou em divulgar o seu sistema e os seus smartphones Lumia foi, sem sombra de dúvida, em 2014. Logo depois da compra na Nokia era muito comum a empresa aparecer com comerciais na televisão divulgando algumas funções exclusivas da família Lumia.

A empolgação era tanta na época, que até a Microsoft se pronunciou dizendo que o Windows Phone era o sistema com o maior crescimento, superando até mesmo o iPhone em 24 países. Era nítida a felicidade dos funcionários da companhia com o WP.

Depois, quando a Microsoft diminuiu um pouco o ritmo de lançamento devido a queda na receita com a divisão de smartphones a divulgação minguou. 

A impressão que fica é a de que o Windows Phone foi uma festa que estava animada no início mas que depois perdeu a graça porque todos os convidados foram, pouco a pouco, indo embora.

Demora na liberação de atualizações
Andando com a linha do tempo chegamos no Windows 10 Mobile. A Microsoft colocou esse sistema como sendo o divisor de águas, o que iria mudar tudo não só dentro da empresa como também na forma como as pessoas usam smartphones.

Ele seria uma espécie de salvador, o que iria fazer a participação do Windows Phone aumentar, o que iria fazer com que os desenvolvedores se animassem com a plataforma, o que iria salvar a empresa de mais um prejuízo com o mobile.

Em um primeiro momento, mais especificamente nos primeiros meses, era nítida a empolgação não só dos usuários da plataforma como também para os que acompanham o mundo da tecnologia com o sistema. 

Mas, passaram-se meses e até um ano inteiro até que a plataforma fosse lançada em sua versão final. Só para se ter uma ideia, a primeira versão Technical Preview do Windows 10 Mobile foi disponibilizada 12 de fevereiro de 2015, mas a versão final só foi disponibilizada ao público no dia 17 de março de 2016.

E o pior: se mesmo com tanta demora o sistema viesse estável, até que não seria tão ruim, mas o agravante é que aconteceu totalmente o oposto: o Windows 10 Mobile deu a impressão de que foi lançado inacabado devido aos inúmeros bugs encontrados em sua versão final disponibilizada ao público.

Uma nova era significa excluir antigos usuários
Outro ponto que foi um erro enorme da Microsoft foi sempre excluir novos usuários quando uma nova grande versão era disponibilizada ao público.

Quando o Windows Phone 8.0 foi colocado no mercado, todos os smartphones com Windows Phone 7.5 foram deixados de fora e o máximo que a empresa fez foi dar mais algumas atualizações e pegar algumas funções do 8, criando o Windows Phone 7.8. A justificativa na época foi a incompatibilidade de Kermel.

Apesar da fúria de muitos usuários na época a desculpa dada pela empresa até que foi bem aceita, levando em consideração que vários apps já estavam sendo desenvolvidos com o kermel Windows NT, enquanto o Windows Phone 7.8 continha o kermel CE.

Mas, o erro voltou a ser repetido com o lançamento do Windows 10 Mobile e, dessa vez, foi muito mais grave. Mesmo contribuindo com o envio de feedback, mesmo prometendo que todos os smartphones com Windows Phone 8.1 seriam atualizados para a nova versão do Windows Mobile, usuários como os do Lumia 520, 530 e até mesmo do 1020 ficaram de fora da atualização.

A justificativa? Segundo a Microsoft esses aparelhos não atendiam os requisitos mínimos para o Windows 10 Mobile, apresentando problemas durante os testes. No Brasil, isso significou que, 50% dos usuários do sistema da empresa ficaram de fora dessa grande atualização.

Para a Microsoft, esse foi outro erro grave. Ela simplesmente foi, ao poucos, 'expulsando' os usuários do Windows Phone do seu próprio sistema.

Metade dos usuários do Windows Phone no Brasil ficaram de fora da atualização do Windows 10 Mobile. Fonte: Windows Central
A angustiante falta de aplicativos
Deixei o melhor (ou o pior, dependendo do seu ponto de vista) para o final. Desde que a Microsoft entrou de cabeça no mobile os apps sempre foram um problema. 

Apesar disso, a empresa sempre prometeu que na próxima versão ela solucionaria o problema já que, facilitaria o desenvolvimento de aplicativos, o que tornaria o sistema bem mais atrativo para que o desenvolvedor se sentissem atraídos a lançar um aplicativo para a plataforma.

Os fãs afincos da plataforma sempre disseram que isso não era um problema mas, para a maioria das pessoas, era comum que a falta de aplicativos fosse um dos obstáculos na compra de um smartphone com Windows Phone.

Vai versão, vem versão e a Microsoft parece ter conseguido atrair um pouco mais atenção para que grande aplicativos chegasse na plataforma. Mas, ao mesmo tempo que o Instagram chegou outros apps já estão deixando a plataforma como, por exemplo, o PayPal. Ou seja, na mesma proporção que estão chegando, eles estão saindo.



Microsoft é a própria responsável pelo fracasso do Windows Phone

O Windows Phone ou agora, Windows Mobile, morreu? Não. A empresa vai continuar desenvolvendo o sistema, mas sem o lançamento de novos hardwares. Mas, dificilmente a empresa vai conseguir reverter o cenário de parcela mínima de 1% no mercado de smartphones.

Foram tantos erros cometidos, que até mesmo quem defendia a plataforma com afinco, está comprando um smartphone com outro sistema.

É lamentável um sistema que, em 2014 tinha tudo para deslanchar depois da compra da Nokia termina de forma tão melancólica.